quarta-feira, 13 de outubro de 2010

As portas

Em meio à bagunça do meu quarto, eu deitei para esperar. Ao som "Ne me quitte pás" de Maysa, olhei então ao redor e vi todas as portas abertas. A de entrada, as dos armários e uma do maleiro... Achei curioso, às vezes procuro significado nas coisas, como se fosse uma resposta, um sinal. Afinal quais portas de mim aquilo representava? Se estavam abertas, ou se deveriam estar.
Antes disso pensava em relacionamentos, no amor e de como ele foi banalizado... De como as pessoas tentam manter certos valores em um mundo que não mais comporta tal. Uma sociedade que cobra, impõe mas não faz nada para que cada ideal sobreviva. E ai de quem dizer que a sociedade é hipócrita! Este será taxado de rebelde, ainda HOJE!

A saída seria o "Amor livre?" O engraçado que até mesmo a expressão soa ora realmente libertária, mas ora piegas justamente por ter a palavra amor e nos dias soa bastante démodé. Será?
Me senti por alguns minutos vanguardista, depois veio a auto piedade. De realmente ter encarado tanto a realidade e ficar impossibilitada de sonhar, ainda ter que amparar e entender todos os coitados que "amam". Porque as pessoas conseguem estragar tudo?

Mas as portas continuavam abertas e eu precisava parar de esperar ali deitada, afinal não estava esperando nada mesmo, quem sabe, sem saber, um relampejo, um pensamento, EU MESMA. Fechei todas elas, com o cuidado de quem guarda um segredo e mais uma vez me fechei em sonhos que poderia não lembrar, afinal, eu precisava dormir!

19/09/09 01:03h

2 comentários:

  1. Tal como o fósforo que se usa só uma vez,
    assim é a vida.
    Não deixemos que se perca a chama de
    cada momento.

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  2. Precisando abrir e fechar algumas portas na minha vida... :P

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