segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Da janela

Da janela que te vejo também vejo Van Gogh e suas "cartas à Théo". E divago novamente sobre o quanto o amor tem de esquizofrênico. Me pergunto repetidas vezes quem será realmente louco???

Vejo na loucura uma liberdade, sem qualquer comprometimento e acredito que a perturbação se dê ao aversão que toda uma sociedade tem disso. Pra no fim das contas lamentar pelo que deveria ter sido... Sem se quer notar a velocidade da transitoriedade das coisas. Sem ter congelado um sorriso pra lembrar em qualquer janela.

Deveria ter sido louca. Olho de novo e na flor vejo o quanto de delicadeza e sensibilidade nos faltou... Um terror muito grande de ser piegas que se sedimentou em mim até hoje.

E tudo é muito mais inanimado depois que você passou. A janela, as "cartas à Théo", as flores, que são de plástico e eu. Só porque perdi metade de mim quando fui covarde.

Provavelmente não conhecia Van Gogh quando te encontrei. Se soubesse, teria sido louca,teria escutado a "voz", mas não teria cortado uma parte de mim.

2 comentários:

  1. Que lindo querida! Este comparativo com a vida, os sentimentos e a loucura de Van Gogh foi sensacional.Parabéns pela beleza do texto.Amei.
    Felicidades sempre. Bjs Eloah

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  2. Muito obrigada Eloah! Muito bom te ter sempre aqui me prestigiando! Grande beijo

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