domingo, 17 de abril de 2011

Pra sempre assim...

Quadrilha

Carlos Drummond de Andrade

João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Garoando verdades

Eu sei que é difícil parar, eu entendo perfeitamente. Igual quando machuca, se o corpo está quente não se sente, mas se para, a dor vêm.

Entendo além, é difícil mesmo deixar de ser quem a gente se tornou. Como eu nunca deixo de me enganar com meus momentinhos, sou um grande mosaico abstrato.

Nunca fui moderninha, nem Diva, se não agora não estaria jogada no sofá sem nenhum resquício de Channel nº5.

Nunca fui desapegada, e nem durona. Vivo por viver e finjo acreditar, porque assim foi, sempre sem motivos, ou talvez pelo único motivo: um afirmar de ser. E ser o que afinal?

Embolando os papéis e sendo o que for pra ser em cada ocasião a gente acaba seguindo. Mas hoje me sentí tão velha, tão distante de tudo que imaginei ser quando este ano parecia ser tão distante.

Me assusta saber que está chegando a hora de escolher, mas pouco me restou pra isto. O que tinha, acabei colando caquinho de mosaico em cima e sumiu.

Parece até que morreu, mas é só porque não parou. Lamento que seja tamanho o sacrifício ter que parar pra viver e isto não se resolve com catarses.

Eu juro que eu lamento, verdade sem me enganar.
E como tenho escolha, pelo menos de você, agora, eu vou parar.

domingo, 3 de abril de 2011

Saudade é parte de tudo que me acerca. Arrependimento é parte que faz parte da saudade. Será que eu sinto saudades porque me arrependo?

Não sei explicar, só sei q dói e me faz sentir idiota.

Vejo as garrafas empoeiradas lá fora, de um dia que não me lembro o que tinha que brindar. Mas lembro de coisas que deveriam ter tão menos significância. Nunca escrevi pra você, sempre gostei de você.

Nuca te quis pra sempre, sempre te esperei.
Você é tão lindo, você é gente boa.

Estas partes tão indiferentes a si,
São em mim únicas à única forma de sentir.
Coisa que eu não entendo e às vezes por isto, não sei demonstrar.

Partes... Que se misturam mas nunca se homogeneízam.
Quem sabe é isto... Nós não viemos para homogeneizar.

Fazendo assim que eu chore, esse chorar pelo que poderia ter sido!

Só hoje... Eu queria um filho seu. Pra existir alguma parte de verdade.



A Colecionadora, numa tarde de domingo olhando sempre por a mesma janela.